Efeitos da casca de algodão sobre consumo, digestibilidade, balanço de nitrogênio, metabólitos sanguíneos e comportamento ingestivo de carneiros
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Efeitos da casca de algodão sobre consumo, digestibilidade, balanço de nitrogênio, metabólitos sanguíneos e comportamento ingestivo de carneiros

Jul 17, 2023

Scientific Reports volume 13, Artigo número: 2228 (2023) Citar este artigo

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O objetivo deste estudo foi determinar o efeito da casca de algodão (CH) nas dietas de carneiros sobre o consumo, digestibilidade, balanço de nitrogênio, comportamento ingestivo e metabólitos sanguíneos. Vinte machos, não castrados, com peso corporal médio de 29,08 ± 4,18 kg, foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro dietas de tratamento e cinco repetições. A dieta continha relação volumoso: concentrado de 50:50 (milho moído, farelo de soja, silagem de milho e CH), e os tratamentos experimentais foram inclusão de 0, 10, 20 e 30% de CH (base na matéria seca). A inclusão de CH aumentou linearmente o consumo de água, o consumo efetivo de extrato etéreo e de carboidratos não fibrosos e a digestibilidade da proteína bruta. A digestibilidade da matéria seca (MS) e da fibra em detergente neutro (FDN), as perdas fecais de nitrogênio e o balanço de nitrogênio reduziram linearmente com a inclusão de CH na dieta. A inclusão de CH na dieta de carneiros reduz a ingestão, a digestibilidade dos nutrientes e a eficiência de ingestão e ruminação. Dessa forma, não é recomendado adicionar este subproduto na dieta de carneiros de alto desempenho, mas para criações que não visam alto desempenho, recomenda-se a inclusão de até 5% deste subproduto.

O alto custo da alimentação animal em sistemas de confinamento é, sem dúvida, uma das maiores barreiras para a adoção deste sistema pelos agricultores. Contudo, os alimentos alternativos incluídos neste âmbito tornam mais evidentes os lucros destes sistemas, tornando-os mais atrativos para quem os explora1. Porém, a viabilidade da utilização de subprodutos da agroindústria na alimentação de ruminantes requer pesquisas para caracterizá-los, determinar seu valor nutricional e a necessidade de purificação, bem como conservação, armazenamento e comercialização2,3.

Dentre os diversos subprodutos que a agroindústria brasileira oferece, o algodão é o mais utilizado na alimentação animal por ser uma cultura que gera uma série de subprodutos como caroço, torta e farelo, além de linter, casca de caroço de algodão e caroço de algodão deslintado, ainda pouco trabalhado e estudado na comunidade científica.

A casca do caroço de algodão (CH) é obtida durante o processamento para produção de óleo. É composto por uma camada externa de caroço de algodão com algum linter aderido. Possui alto teor de fibra e lignina (25, 96, 79 e 11%, respectivamente) pouco atrativo para dietas de não ruminantes, mas pode ser uma opção interessante na alimentação de ruminantes4.

De acordo com a Ref.5, caroço de algodão e CH são subprodutos ricos em fibra em detergente neutro que não são derivados de forragem; ou seja, devido aos processos que sofrem na agroindústria para obtenção dos produtos primários, a fibra apresenta menor granulometria e portanto maior gravidade6, o que teoricamente resulta em menor tempo de retenção do alimento no rúmen. Assim, a pesquisa sobre o comportamento alimentar torna-se uma ferramenta muito importante na avaliação da dieta através da quantificação do tempo gasto na alimentação, na ruminação e no ócio7,8. Diante do exposto, levantamos a hipótese de que o CH pode substituir as fontes tradicionais de forragem como a silagem ou o feno, o que se torna uma alternativa interessante do ponto de vista econômico e ambiental.

Assim, estudos que façam inferências sobre produtos alternativos são de suma importância para melhor direcionar estratégias dentro de sistemas de produção intensiva. Neste estudo, objetivou-se avaliar o consumo, digestibilidade, balanço de nitrogênio, comportamento ingestivo e metabólitos sanguíneos de carneiros alimentados com CH na dieta.

O consumo de nutrientes em g/animal/dia para todas as frações nutricionais diminuiu linearmente (P < 0,05), exceto para o consumo de água (L/dia) que não apresentou efeito da inclusão de CH na dieta dos carneiros (Tabela 1).

Em relação à composição da dieta efetivamente consumida pelos animais, pode-se observar que não houve efeito significativo (P > 0,05) na PB a partir da inclusão de CH na dieta dos animais. A inclusão de casca de algodão aumentou linearmente o consumo efetivo de EE e CNF (P < 0,05), enquanto o consumo efetivo de FDNcp diminuiu linearmente.

 0.05) was observed for the apparent digestibility of NFC and TC./p> 0.05) of CH inclusion in rams’ feed, averaging 3.19 g/animal/day, and 19.24 and 72.35 mg/dL, respectively./p> 0.05) the time spent eating (all day) and in daytime nor time spent rumination in night-time, with mean values of 173, 110 and 240 min/day, respectively./p> 0.05)./p>